REGULAÇÃO DA INTERNET: A POSIÇÃO CRISTÃ

Vivemos em uma era em que a comunicação é instantânea, global e digital. A internet tornou-se a principal praça pública da civilização moderna — onde ideias, denúncias, evangelhos, mentiras e verdades circulam em velocidade total, MAS na história, isso sempre foi presente. Diante dessa realidade, governos e instituições cada vez mais defendem a “regulação da internet”, alegando a necessidade de combater a “desinformação, proteger a democracia ou preservar a ordem social”. Contudo, à luz da cosmovisão cristã reformada, essa proposta levanta sérias preocupações quanto à liberdade, à verdade e à autoridade legítima.

1. O PROBLEMA DA AUTORIDADE: quem define o que é verdade?

A Escritura declara que “a tua palavra é a verdade” (João 17:17). Portanto, qualquer sistema que pretenda controlar o discurso público deve ser avaliado à luz da autoridade última: a Palavra de Deus. Quando o Estado se coloca como árbitro do que é verdadeiro ou falso, ele assume um papel epistemológico que não lhe pertence. O governo, debaixo de Deus, deve punir o mal e promover a justiça (Rm 13:1-4), mas não foi instituído para definir doutrinas, controlar consciências ou censurar ideias.

Regulamentar a internet sob o pretexto de evitar o “discurso de ódio” ou a “desinformação” é, muitas vezes, uma fachada para suprimir visões dissidentes — especialmente aquelas que se baseiam na moralidade cristã. Em nome da ordem, o que se estabelece é a supremacia do relativismo estatal, onde o bem e o mal são definidos por burocratas, não por Deus.

2. O CONTROLE DA LINGUAGEM É O CONTROLE DA MENTE

A história já nos ensinou que todo regime tirânico começa regulando o que pode ser dito. A Torre de Babel foi o símbolo de um poder centralizador que buscava unificar todos os povos sob um único sistema (Gênesis 11). Em contraste, Deus dispersou os homens e confundiu suas línguas, preservando a diversidade cultural e barrando o totalitarismo. A regulação da internet, da forma como tem sido proposta em diversos países, segue o mesmo espírito de Babel: unificação ideológica sob controle estatal.

Por trás da preocupação com “segurança digital” está, muitas vezes, o desejo de controlar a narrativa. Isso é ainda mais evidente quando algoritmos e agências decidem quais conteúdos são “seguros” e quais devem ser banidos — geralmente com viés anticristão.

3. A LIBERDADE CRISTÃ E A RESPONSABILIDADE MORAL

A Bíblia não defende a liberdade absoluta, mas a liberdade sob a Lei de Deus. Isso significa que, embora não devamos defender o anarquismo digital, a censura prévia e a centralização do controle da informação violam os limites bíblicos da autoridade civil. A responsabilidade por avaliar conteúdos e discernir mentiras deve, em primeiro lugar, ser dada aos indivíduos, às famílias e às igrejas, não a uma máquina estatal.

Como afirma o apóstolo Paulo: “Examinai tudo. Retende o bem” (1 Tessalonicenses 5:21). O cristão é chamado a exercer discernimento — não a delegar ao governo o papel de filtrador da verdade.

4. A RESPONSABILIDADE CRISTÃ: liberdade para pregar, resistir e edificar

A cosmovisão cristã entende que a verdade liberta (João 8:32), e que toda tentativa de suprimir a verdade por meios coercitivos é, por definição, injusta e diabólica (Romanos 1:18). Por isso, os cristãos devem se posicionar contra qualquer regulação que:

  • restrinja a proclamação do evangelho;
  • impeça o debate público sobre temas morais à luz da Escritura;
  • favoreça ideologias anticristãs em nome da “neutralidade”.

Ao mesmo tempo, a Igreja deve desenvolver plataformas próprias, investir em educação bíblica digital, e preparar seu povo para resistir ao domínio ideológico das big techs e dos estados seculares.

CONCLUSÃO: ou a verdade reina, ou a mentira se impõe pela força

A regulação da internet, nos moldes defendidos por agentes estatais e corporações globais, não é neutra. Trata-se de uma guerra por controle epistemológico — uma batalha pela definição do que pode ou não ser crido, dito e compartilhado. A cosmovisão cristã não concede esse poder ao Estado. A verdade não precisa ser protegida pela censura; ela se impõe pela sua própria luz.

Portanto, a missão cristã é resistir à tirania da mentira com a espada da Palavra, defender a liberdade de proclamação e denunciar todo sistema que se levante contra o conhecimento de Deus (2 Coríntios 10:4-5). Regular a internet, se significar suprimir a verdade, é pecado institucional — e deve ser combatido com firmeza, fé e fidelidade.

CHAMADA:

A liberdade de expressão não é um capricho humano — é reflexo da dignidade conferida por Deus à criatura feita à Sua imagem. Quando governos tentam controlar a verdade, não apenas censuram palavras: declaram guerra contra o Verbo eterno. Este é um chamado a todos — crentes e descrentes — para resistirem à tirania digital, não em nome de uma liberdade abstrata, mas da Verdade que liberta. Pois onde o Espírito do Senhor está, aí há liberdade (2 Coríntios 3:17).

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